sexta-feira, 28 de março de 2008

Sacudir a mosca

Chapadas, taponas, lamparinas, traulitadas, sapatadas. Nestes meninos, sim ou não? Em que circunstâncias?

terça-feira, 25 de março de 2008

Receios

O medo de retrocessos é tanto que o transporto para os sonhos. Esta noite, andava eu orgulhosa do meu menino alegre e conversador quando, de repente, num grupo de pessoas, um dos elementos resolveu meter-se com ele, fazendo-lhe perguntas. O meu filho parou, estático, primeiro de olhar parado, depois a piscar os olhos, enquanto se ouvia o som de uma lâmpada a fundir.

sábado, 22 de março de 2008

Análise caseira

Durante todos estes meses que não vimos dois casais amigos que moram longe, imaginei o reencontro entre os nossos três filhos da mesma idade, temendo diferenças notórias. Os outros dois, além de considerados normais, começaram a dizer as primeiras palavrinhas muitíssimo mais cedo. Tentei olhá-los com imparcialidade milimétrica. O que eu vi, muito honestamente, foi que ambos falam, socializam, riem e brincam menos do que o meu filho. Do primeiro nem uma palavra. Ainda brindou o meu filho com uma sova despropositada porque não quis partilhar os brinquedos que, só por mera coincidência, até eram do meu filho. O meu marido ainda tentou entabular conversa mas foi pura e simplesmente ignorado. A única vez que lhe ouvimos a voz foi para o ouvir dizer o nome, seguido de uma pequena discussão para o ar, de dedo em riste, numa linguagem que ninguém entendeu. Sabemos, no entanto, que no quotidiano se expressa muito melhor. Em contexto social levaria nota zero e um diagnóstico feroz se submetido a testes num ambiente controlado. Num ambiente normal já foi o que se viu. Do segundo miúdo, mais velho um mês, também lhe ouvimos uns murmúrios. Dependente da mãe, birrento e muito pouco sociável numa tarde inteira de brincadeiras. Da imaginação a brincar nem se fala. O meu filho encosta-o a um canto, apenas no exercício simples de pôr os bonecos a dialogar. Sei que sou suspeita mas apraz-me dizer duas coisas: a primeira é que fiquei muito surpreendida e ainda mais convicta no orgulho que tenho no meu filho, por estar a batalhar para ultrapassar um atraso no desenvolvimento; a segunda é aconselhar certos cientistas da mente a redefenirem o conceito de PEA. É que entre estes três meninos, o meu filho era o único que não parecia autista. Ao ponto de as mamãs dos respectivos terem dito que o meu filho estava muito desenvolvido.

domingo, 2 de março de 2008

Começa

a fazer frases mais complexas, o que faz com que se acenda o farol da esperança. Ainda mais importante é que começa a aperceber-se quando não estamos bem ou precisamos nós de carinho, oferecendo beijos e afagando-nos a face. "Ele não tem nada!" ou "Se tiver, vai curar-se" são coisas por vezes digo a acreditar mesmo. Mas depois vai ao zoo e perde mais tempo a atirar pedras ao lago e a brincar com folhas do que a ver os animais de que tanto gosta. O farol apaga-se um bocadinho mas a luz continua lá. Porque as mudanças têm sido boas demais. "Queu cóuo mamã" ou "Onde tá a eli?" subsituiram o "cóuo!" e a "eli", ditos em tom imperativo.