sexta-feira, 28 de março de 2008

Sacudir a mosca

Chapadas, taponas, lamparinas, traulitadas, sapatadas. Nestes meninos, sim ou não? Em que circunstâncias?

7 comentários:

Mel disse...

olá Isa,
A minha experiência tem-me dito que, nestes meninos, temos de distinguir as situações proprias da perturbação, daquelas que são puro desafio, o esticar da corda. No meu filho, já tenho recorrido, por vezes, à palmada no rabo, quando ele entra numa de provocação a tudo. Quando os argumentos falham, ou após lhe ter explicado que se está a portar mal e ele, olhando-me de frente, faz ainda pior, aí, uma palmada, seguida de senta-lo no sofá e dizer-lhe que está de castigo, costuma funcionar. Claro que depois, já mais calmo, lhe explico que só fiz isso, porque ele se estava a portar muito mal e não me queria ouvir e que não gosto nada de me zangar com ele. Por norma, ele fica muito sossegado no sofá e só quando vou ter com ele é que começa a chorar a pedir desculpa. Fazemos as pazes, da-mos beijinhos e abraços e faze-mos promessas de se portar melhor.
Já nas birras da perturbação, que começam não se sabe porquê e vão em crescendo até que, no final, ele já nem sabe porque está chateado, aí não adiantam palmadas. Mais vale dar-lhe algum tempo, ignorar até, que acaba por passar. Se é muito forte e está descontrolado, funciona bem agarra-lo ( claro que vai sendo cada vez mais difícil, pq está a crescer e a ficar com força), abraça-lo com força e ir falando baixinho para ele se acalmar. À medida que isso acontece, vou aliviando a força do abraço até que ele própria me abraça e...fim de crise.
Claro que nem sempre é fácil distinguir estas situações, às vezes só percebo isso, qd após a palmada e o sentar no sofá, ele fica ainda mais furioso ( ou seja, não percebeu o porquê da palmada e do castigo). Sinceramente, não gosto de dar palmadas, mas tb é verdade que, no caso dele, funcionam como um stop, ele percebe que estou mesmo chateada com ele e pára com o comportamento. Nunca lhe dou uma palmada em público, porque acho que é muito humilhante para qualquer criança. Nessas circunstâncias, prefiro sair com ele o mais depressa possível do local, nem que seja aos gritos e em braços.
Já falei sobre isto com o pedopsiquiatra e o que ele me diz é que os pais sabem como agir em cada momento e que se eu acho que, pontualmente, uma palmada põe fim a uma situação de birra, então que não me devo culpabilizar por isso.
É esta a minha experiência.
Um beijinho e bom fim-de-semana para todos.
Maria Anjos

Anônimo disse...

Cara Isa,
Nunca fui apologista do uso frequente da palmada mas concordo com a Maria Anjos, às vezes funciona, não só com os que têm PEA's ou SA, mas com os outros também.E às vezes é preferível 1 só tabefe ou palmada e resolver a questão do que andar a castigá-los vezes sem conta até eles entenderem. Confesso que antes de nos apercebermos do problema do nosso, ele levou alguns tabefes que não deveriam ter sido dados, mas somos humanos e pensávamos muitas vezes "está a fazer de mim parva,entende tudo,faz contas de somar de cabeça com 3 digitos e não percebe o que lhe estou a dizer???"Pois, mas não estava mesmo...
Agora confesso que evito o mais que posso,falo muito,faço grandes sermões,repito as coisas até à exaustão.No entanto,atendendo a que andamos há 5 anos a tentar que ele entenda que não se rouba nada de ninguém, depois de esgotados todos os sermões,explicações e castigos,há semanas atrás levou uns bons açoites meus e pela 1ª vez do pai depois de ter roubado dinheiro da carteira da avó e da minha...!
Agora vai recomeçar as aulas e vamos de novo ter que andar vigilantes para ver se desta vez resolvemos o problema.É que este é o seu comportamento mais grave e mais intolerável,em todos os aspectos.
Resumindo,como diz a minha mãe,um tabefe justo, no momento certo,faz milagres! Pelo menos comigo fazia...:-)!Vamos ver se tb resultou neste caso.
Beijos

Mrs_Noris disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mrs_Noris disse...

Isa,
Julgo que a resposta a esta questão é instintiva. A minha experiência é que uma palmada não resolve. Normalmente só o enfurece mais, e vem bater-me também a mim. Detesto estas lutas corpo a corpo. A cara feia costuma resultar melhor. Nada de lhe mostrar os dentes ou colaborar nas suas brincadeiras preferidas enquanto a coisa não se resolve. Já em situações de perigo não se livra da palmada no rabo. É inevitável. Enquanto penso se lhe devo dar ou não, já dei. Depois explico onde estava o perigo e porque se deve afastar dele. Quando é chamado à atenção raramente reconhece que errou. E quando lhe exijo um pedido de desculpas, dificilmente o faz, ou se o faz, fá-lo muito baixinho, só para eu parar com a insistência. O que vale é que se a situação se repete, reconhece logo o erro, e sem eu nada dizer pede automaticamente desculpa e ainda diz: Mamã eu já pedi desculpa!
Beijinhos.

Anônimo disse...

Olá Isa,

É preciso ver a conjuntura.Eles aprendem que se dermos uma ou simples palmadinha quando abusam (com motivos) eles até sabem e estão à espera. Não se pode bater pelo bater, pois irão fazer coisas para chamar a atenção e passam a considerar isso uma atenção.
De resto o "castigo" é por eles aciete e compreendido desde que justificado e explicado.
Eu pergunto ao meu filho: queres isto, ou aquilo?Estás a fazer asneirinhas... queres uma palmada no rabo? Ele responde com voz grossa e um sorriso:-NÃO!
Então faz direito. E ele vem ter comigo e diz beijinho pai!

Coisas, não podemos deixar fazer tudo, mas temos que os saber parar, sem gritar ou bater.Mais que dizer NÃO, temos que encaminhar para o sim, de uma forma saudável e atraente!

saudações

Mina disse...

Não é fácíl aplicar, castigos, a estes jovens, até porque não sabemos até que ponto eles os entendem,não sou muito de molestar fisicamente embora entenda que em dadas circunstâncias é a única solução, que só os progenitores sabem intuitivamente quando aplicar.
Embora o meu tenha 23 anos, só levou uma tareia quando já tinha 15
anos, por uma situação grave,que nos marcou a ambos, a mim por ter de agir como não gostaria de o fazer, e ele que magoei fisicamente, ainda presentemente, fala no assunto, e lembro-me que na altura ficou revoltado, e sempre que eu levantava a voz ele reagia impulsivamente contra mim...
Foi uma única vez sem exemplo. e tirando essa expeção da qual não me orgulho.
Continuo a apostar na conversa, para resolver os assuntos,confesso muitas vezes cansa repetir vezes sem conta as mesmas coisas, mas acredito que lentamente os nossos valores passam para eles os bons e os maus...
Um beijo

. disse...

A todos, não tenho como método correctivo a palmada seja onde for, sobretudo por ter levado eu própria tantas, justas e injustas. Mas minto se disser que, em situações extremas, principalmente de perigo como a Noris, a minha mão voa impulsivamente para onde calhar, sem força, mas com azedume suficiente para ele perceber que asneirou em grande. Outra das situações é quando faz birra para mudar a fralda, contorcendo-se de tal forma que quase espalha o presente. Fico possessa e sacudo-lhe a mosca. O miúdo faz um beicinho enternecedor e eu, pelo pouco que lhe bato, fico cheia de remorsos, a pensar se isso não terá um efeito negativo em meninos assim. Mas, na verdade, o meu sossega sempre. O pai arranjou uma técnica para ele saber quando erra. Para além da minha cara de chateada, que ele já sabe muito bem distinguir, o pai dá-lhe uns toques com o indicador na bochecha, e diz: menino, portaste-te mal. Um beijinho a todos. Isa