segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Gostava

que fosse coincidência o facto de ele não responder a quase nada que lhe pergunto. Nota-se que percebe, mas não responde.

3 comentários:

Anônimo disse...

Antes quando perguntava ao meu filho o que tinha comido ao almoço ele permanecia calado, hoje responde com outra pergunta: Não leste? (referindo-se à ementa que está afixada). Parece-me que acha as minhas perguntas absurdas ou desnecessárias. Bom, não responde na mesma, mas pelo menos já reage.

Anônimo disse...

Cara Isa,
o seu filho ainda é pequenino e, por certo, percebe o que lhe diz, mas, e falo pela experiência que tenho com o meu, parecem não querer estabelecer dialogos: falam quando querem e só o que lhes apetece. Contudo, essa situação vai melhorando, acredite. O meu, agora com 4 anos, está a descobrir como é bom comunicar e então está a começar a adquirir vocabulário e a tentar dialogar de facto connosco. Mas, perguntas mais directas e fora do contexto do que ele está a fazer, parece não gostar muito: à pergunta do que é que comeste na escola, socorro-me da ementa (como diz o filho da mrs.noris) e então pergunto se comeu os alimentos que lá estão referidos e se gostou ou não. Aí ele lá vai respondendo, assim como as actividades desenvolvidas ao longo do dia, uma vez que o colégio nos envia a planificação da semana. Contudo as respostas são muito na base do sim e não. Mas só para lhe dar conta de como eles estão atentos, apesar de não o parecerem, vou-lhe contar um episódio que se passou no colégio do meu filho: existe lá um menino que os pais entenderam que ele não pode comer bolos ou doces. Então, quando há festas de anos, aquele menino não pode comer bolo. São 20 crianças na sala e, um dia destes, o meu filho levou, de manhã, um queque de chocolate que tinhamos feito em casa ( eu, ele e o irmão, já que é uma actividade que ele gosta muito). Chegou à escola, tirou o queque da mochila e foi mostra-lo àquela criança, dizendo "nha, nha,nha,nha, nhanha", tipo a dizer, "vês, eu posso comer e tu não". Contaram-me isto e eu fiquei, como as educadoras, num misto de contente por ele ter captado a situação, e apreensiva pelo facto de a outra criança ter ficado evidentemente triste e ter sido o meu filho a provocar tal.
Como vê, são umas caixinhas de surpresas.
Um beijinho e tudo a correr bem.
Maria Anjos

Anônimo disse...

Cara Isa,
Essa será uma das características dos nossos meninos.Eles não vivem no nosso mundo nem o entendem como nós.Por isso,esta coisa das pessoas andarem sempre a conversar umas com as outras,a contarem o que fizeram,a darem beijos de olá e adeus, é-lhes algo estranho e absurdo.O meu com 10 anos muito raramente inicia uma conversa e quando o faz é normalmente com uma pergunta.Ás vezes, transmite uma informação, tipo "preciso de levar 1 dossier para matemática".Diálogos ou conversas não!E a resposta monocórdica às nossas perguntas, ordens ou instruções é sempre "siiiim", "tá beeeem", numa clara manifestação de incomodado e "deixa-me em paz".
Lamento dar-vos esta perspectiva de futuro mas parece-me que devem ter esta ideia de que eles vivem num mundo áparte e a razão porque não conversam ou respondem não é falta de interesse ou incapacidade.É o normal para eles.Nós somos muito menos interessantes do que o desenho animado ou o boneco ou o comboio que vai a passar à frente dos seus olhos...Não passamos de mais um objecto que existe à sua volta num mundo que não entendemos.Depois de saber isto entendi e aceitei muito melhor as longas horas de silêncio passadas com o meu filho às compras,a passear, etc. pois antes achava que ele não me ligava nenhuma ou não gostava de mim.Agora,vou tranquilamente,sem o ignorar mas também sem qualquer ilusão de ter algo diferente...é assim mesmo!Quando quero alguma atenção dou-lhe uma tarefa, por ex.,procurar no supermercado o azeite Gallo,garrafa de 1L,com 7% de acidez,tarefa que desempenha com interesse e rigor!
Espero sinceramente contribuir para melhorar o vosso ânimo e não o contrário!Um beijo a todos!
mariamartin