terça-feira, 27 de novembro de 2007

Brincadeiras/ondas do mar

Basicamente, envolvem livros com figuras, cartões com desenhos e imitações de objectos quotidianos (alimentos, panelas, pratos, garrafas de sumo). Sobretudo, para que aprenda as palavrinhas, interacções e reacções. Reconhece os alimentos, as roupas, os animais, alguns números e algumas letras. Sinceramente, o miúdo está muito bem em várias áreas. Ao vê-lo brincar, não há nada nele de peculiar ou de excêntrico, à parte alguns saltinhos histéricos ou gargalhadas de imitação de adultos. Para ser sincera, já vi isso em muitos miúdos sem PEA, pelo que é uma análise que vale o que vale.

O meu menino é, na grande maioria das vezes, um ser humano comum, com algumas aptidões mais reforçadas (e outras menos), talvez devido ao "treino" a que o sujeitamos, em forma de brincadeiras. Nunca foi nosso objectivo que soubesse melhor ou com mais perfeição do que os outros. Mas, na verdade, há coisas que, inevitavelmente, vai aprendendo mais rápido do que aqueles meninos que vão crescendo em modo automático. Não é, seguramente, por ter qualquer tipo de sobredotação, mas somente porque é "treinado" para se desenvolver. (com a carga que este método implica). Tem os seus bonecos preferidos a quem dá beijos e abraços e a quem finge alimentar ou mudar a fralda. Continua a dar beijos a pedido, a dizer olá e tchau socialmente e a insistir no "É mê", quando alguém lhe tira algo das mãos. Mais recentemente, também já diz o "dá cá". Pede pão, a pepê (chupeta) ou água. Pergunta pela lua de dedinho virado ao céu.

Repete quase todas as palavras que lhe dizemos, incluindo nomes ou expressões do tipo "cala-te" ou "gosto de ti". Persistem muitas dúvidas quanto à compreensão/uso da totalidade das mesmas. Não é, de facto, muito conversador, e já dei por mim a tentar perceber se repete as palavras e as expressões para as aprender, se é ecolalia ou se eu já estou em completo delírio e não deixo o meu filho em paz, no seu crescimento e ritmo próprio.


Percebe várias ordens e pedidos e obedece, na grande maioria das vezes, sobretudo as simples, claro, como "apanha aquilo", "vai acender a luz", "vamos calçar os sapatos", "anda comer". Tenho-o observado com pessoas que vê poucas vezes. Sente vergonha social e aborrece-se muito quando cai em "público". É muito mais relutante a cantar, em frente a estranhos, o que eu interpreto como um sinal muito positivo. Quando me vê, corre para mim de braços abertos e diz "mamãaa". Aponta para o próprio corpo, nomeando muitas das suas partes. Quando lhe pergunto como se chama, não responde. Preocupa-me, confesso. Se for preciso, sabe o nome dos "amigos" de peluche, mas reluta em responder como se chama a mãe ou o pai. Só o diz se eu insistir no nome para que o repita.

Ao nível das emoções, há muito por perceber. De facto, não é simples estar a simular um sentimento e esperar que ele o entenda. Já o vi a chorar por ver uma discussão mais exaltada entre mim e o pai. Já o vi a chorar porque uma amiga minha me estava a fazer cócegas e ele não percebeu se me estava a fazer bem ou mal. Já o vi muito sério a olhar para outras crianças que choram. De mim e do pai, usualmente ri-se do nosso teatro. Julga (e bem) que estamos a brincar. Gosta muito de dançar e, se bem que pareça um desengonçado, tem muita piada e muito ritmo. Em certas coisas, parece-me que está a crescer de forma mais lenta. Noutras, parece-me absolutamente comum. Nestas coisas nunca se tem certezas absolutas nem dúvidas perenes, pois não? É isso que mais me irrita.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi querida,

Pelo que relatas do teu menino ele está muito bem no desenvolvimento. Muito parecido mesmo com a juju...talvez um pouquinho mais adiantada na fala (o que é bem comum em meninas). A juju aprendeu faz pouco tempo a falar seu nome qud perguntam e a sua idade. E é bem como vc falou...com treino. Inúmeras vezes falava e depois perguntava, até ela fazer. O mesmo com relação ao meu nome e do pai (sempre associei o mamãe e o papai já conhecidos junto ao nome) tanto é que hj fala geralmente : mamãe jane..kkkk Acho que o mais importante ainda que a gente viva angustiada é que de fato eles estão progredindo não ocorrendo nenhum retrocesso. A juju já fala frases de 4,5 palavras mas parece com pouca "imaginação" frente ao vocabulário já conhecido. Geralmente são as mesmas frases mas sempre no contexto. Mas noto uma evolução, mais lenta é verdade. Essa semana mesmo achei que ela está mais antenada. Entrou de vez na fase negativa, tudo é não..kkkkk sinal bem característicos dos dois anos. E hj me deu muita alegria qud espontaneamente perguntou ao pai que chegou do supermercado: o que o papai trouxe? Outra coisa bem legal que fez hoje foi perguntar: o que tá esquito (o que está escrito) para algumas palavras. Achei o máximo pois esboça uma dúvida que ela conseguiu expressar. Por outro lado, as birras estão fortíssimas. E já não sei se é da idade ou tb uma resistência maior as regras e imposições. Mas vamos levando, um dia atrás do outro, comemorando e muito suas pequenas grandes conquistas.
um beijão para vcs