terça-feira, 15 de abril de 2008

Dizia eu

que ele não era chibo. Ontem, estava eu na sala, ele na cozinha com o pai a comer, ouço uma repreensão. Vem ele todo chateado e diz: xuta, tau tau, chão! As ligações inter- frásicas existiam mas não as consigo reproduzir porque não as percebi. Então, pergunto-lhe: o que foi filho? Levaste tau tau, foi? E ele: xim, xim, tau tau mão. A lamuriar-se. E quem foi que te deu tau tau: O Pêdo! (pai). Também, de vez em quando me diz que "a Malena é feia e má". Ontem perguntei na creche quem era a Malena. É uma menina que acerta o passo aos coleguinhas todos.

7 comentários:

Mrs_Noris disse...

No que toca a chibar o meu já é perito, o que é muito mau. De livre e espontânea vontade, denuncia à educadora os coleguinhas menos cumpridores (dirige-se à docente: "Eu qué-te dizê-te uma coisa" e depois chiba!) e às vezes até os acusa dos disparates que ele próprio faz. Claro que nestes casos é logo apanhado pois mente muito mal. :)

. disse...

Noris, :D. Mas é bom sinal. Estão bem presentes e vivos. No caso do meu, eu só queria que ele respondesse, não necessariamente quem lhe fez o mal. Também pode ser o contrário: contar quem lhe deu beijinhos. O que eu quero é que ele conte o seu dia, no bom e no mau. Desta vez calhou ser a denúncia de uma coisa má. Beijinhos. Isa

Anônimo disse...

Olá,
O meu filho até aos 6 anos não chibava, eu ficava sempre muito preocupada porque podiam fazer-lhe tudo que era como ele nunca estivesse lá, um dia com a corda de saltar lá todos no recreio o meu filho ficou muito magoado no pescoço e não disse nada a ninguém, só quando eu fui buscá-lo é que reparei. A educadora ficou muito admirada pois da forma que ele tinha o pescoço devia ter doído, mas ele sempre foi assim em relação à dôr, depois fiquei sabendo que é uma caracteristica de alguns Aspies.
Bem mas agora já chiba, em ambientes que tem mais confiança, lá está ele para denunciar.
O meu filho também não sabe mentir, tenta mas não consegue.
Acredito Isa que o seu filho, também vai ser assim, basta ele amadurecer para desabrochar..
Felecidades.
Mãe de K

. disse...

Olá mãe de K, obrigada pelo seu testemunho. Até fiquei enternecida com a história da corda, coitadinho. Um beijinho. Isa

Anônimo disse...

Querida Isa,
Tenho andado ocupada, para além dos afazeres habituais, a elaborar o resumos das minhas impressões sobre a conferência do Tony Attwood e que o Asper começou hoje a publicar no PA. É um texto longo (deformação profissional???) mas a verdade é que as ideias úteis são muitas e achei de todo o interesse partilhá-las.
Uma delas tem a ver com este seu post! Eles são mesmos "delatores" por natureza.Como são muito rígicos no pensamento, absorvem as regras e depois estas têm que que ser escrupulosamente cumpridas!E se os colegas não as cumprem, eles "chibam", mesmo os "amigos". Além disso, são grandes defensores da justiça e da verdade e gostam que todos sejam punidos pelos seus erros!
Compete-nos a nós explicar-lhes que às vezes é melhor não dizer nada...o que é difícil!
Um abreijo!

. disse...

Mas eu acho que delatar é que é normal, Mariamartim. Delatar no sentido de contar quem lhe fez algo e o que lhe fizeram. Todas as crianças contam em casa quem lhes mordeu ou bateu. Beijinhos. Isa

Anônimo disse...

Cara Isa,
Acho que não expliquei bem a ideia. Na verdade seria óptimo que eles denunciassem quem lhes fez mal, mas isso não fazem. No caso do meu filho acho até que às vezes o magoam propositadamente e ele diz sempre que foi sem querer...porque não "vê" as más intenções dos outros.Nunca fez queixinhas de quem lhe fez mal.
O que eles fazem é denunciar os outros, no grupo de pares, por coisas que o grupo em si tenta esconder, o que é desastroso em termos de relacionamento social:passam a ser os "bufos"!
Óbviamente e mais uma vez, o seu é ainda tão pequenino que as duas situações se confundem.
Beijos!