quarta-feira, 9 de abril de 2008

Raciocínio lógico

Lá pela creche do pequenito, educadoras e auxiliares, sem nada saberem da PEA do meu tesouro, têm vibrado com as conquistas dele. É notória a afeição que se traduz em entusiasmo sempre que há um novo obstáculo vencido. Em conversa com o pai, a educadora contou-lhe que deixou dois puzzles em cima da mesa, enquanto foi acudir a uma criança que se tinha magoado. Minutos depois, quando regressou, os puzzles estavam feitos pelo meu filho. Cá em casa, só há pouco tempo o apresentámos aos puzzles, já que antes eram mais encaixes, legos e pares. Brinquedos para 3 anos que o meu filho de 30 meses já domina. É notória também a facilidade com que decora as letras e os números o que, inevitavelmente, me remete para as palavras da mariamartim quando os compara a computadores que armazenam vasta informação. Só com o tempo verei se muito do que aprende lhe será útil na vida social. A educadora, contudo e felizmente, não elogiou só o raciocínio lógico-matemático, que considera um pouquinho avançado para a média. Frisou a evolução noutros níveis, sobretudo no que toca à interacção com outros meninos. Antes, até aos dois anos, o miúdo preferia brincar afastado do resto do grupo, o que já não acontece. E, ressalvou ela, também passou a obedecer a ordens, quando antes as ignorava. Confesso que foram estes dois últimos itens que mais me deixaram feliz. Dos outros, só retenho a confirmação de que não há qualquer atraso mental, o que, obviamente, já foi motivo para festejos numa etapa anterior. Neste momento, sabê-lo cada vez mais integrado e autónomo é música para os meus ouvidos.

9 comentários:

Anônimo disse...

Cara amiga,
Fico muito,muito feliz por saber desses progressos!
Como sabe, eu não conheci o meu pequenito antes dos 5 anos e,por isso,não sei verdadeiramente qual era o seu comportamento nessa fase de evolução.Apenas sei que era chorão,carrancudo,tb brincava muito sózinho e adorava desenhos animados (o que se mantém!)
No entanto,dos 5 anos para cá tem havido alguma evolução numas áreas e "involução" noutras.Mas no global, o saldo parece-me positivo!
Beijos!!

. disse...

:) Isso é que importa. O meu menino sempre foi muito sorridente e pouco birrento, mas não se pode comparar com o seu pequeno, que, segundo diz, só passou a ter estabilidade emocional quando foi parar aos seus braços. A mariamartim é uma mulher corajosa, realmente o seu menino foi-lhe bem entregue. Quanto às involuções, esperemos sempre que sejam poucos, durante toda a vida deles. Um beijinho. Isa

Mrs_Noris disse...

Isa,
Essa descrição fez-me lembrar o meu filho por volta dos 30 meses e o fascício que tinha pelas letras (maiúsculas). Aprendeu o alfabeto, ou melhor dizendo, aprendeu a identificar as letras pela respectiva forma, num dos DVD’s da Rua Sésamo. Um dia resolvi escrever o alfabeto no seu quadro magnético, e a partir de então tornou-se um hábito ele pegar na minha mão e pô-la sobre a caneta do quadro magnético, ao mesmo tempo que emita, impaciente, uns sons como que a ordenar “ESCREVE”. E enquanto eu escrevia as letras ele identificava-as uma a uma, sem falhar.
O meu filho aos 4 anos já somava duas parcelas cujo resultado fosse até 10. Compreensível, pois não tinha dedos para mais. Hoje consegue multiplicar por 2, os números de 1 a 5. Não há atraso mental.
Também, por volta dos 3 anos, e de um momento para outro, deixou de ser aquele menino que vagueava por onde lhe apetecia e passou a andar direitinho no comboio, com as mãos atrás das costas e a ficar sentado no tapete até ordem de levantar, tudo isso me deixou estupefacta e felicíssima. A mim e ao pessoal da creche. :)
É bom saber das evoluções. Continuação de muitas e boas conquistas.
Beijos.

Mina disse...

Isa
O raciocíonio, lógico nestas crianças é surpreendente, alías eu acho que eles frequentemente estão acima da média, quer nos casos que aqui vou lendo, quer no meu pessoal,parece-me inclusive que esta aprendizagem, rápida mas superficial, leva-os ao um maior desajuste, em outras áreas.Embora em idades precoces,possa ainda haver um equilibrio, mas é natural ir-se criando um maior fosso há medida que vão crescendo...
Dia a dia, se vai construindo o futuro, e que ele vos venha a sorrir...
Bjocas

. disse...

Noris, é isso mesmo. Não quero que ele se destaque pela "inteligência" inerente à PEA, mas o restante, sim, importa-me e muito. O raciocínio avançado servir-lhes-à apenas, e agora mais a brincar, para que os olhem como os marrões da turma e que isso justifique muita esquisitice. Isa

. disse...

Mina, olá! Andando e vendo. Não há dois meninos iguais e já tenho ouvido falar de casos de equilíbrio. O André Vilaça de que falo acima é um bom exemplo de como os meninos com autismo leve vêem o mundo. Não quero com isto manter uma esperança cega mas se a fé move montanhas eu vou mover as minhas. Neste ponto, não é motivo de pura alegria saber que não há problema nenhum com o QI dele? É pois. Apesar de acreditar tenho os pés no chão, Mina. Sei que haverá momentos difíceis pela vida fora mas o pior já passou. Não esquecerei nunca o neuropediatra que me disse não saber que tipo de autista iria ser, se clássico, se de alta funcionalidade. Eu diria que ele um dia virá a ser autista de quase nada. Um beijinho. Isa

Helena Sabino disse...

Não sabem como anseio,que o meu joão possa também um dia fazer esses progressos. Pois ele não fala,não obedece a ordens simples,não interage com outras crianças,enfim...
ás vezes pergunto-me se ele irá fazer todas essas coisas,que as crianças da idade dele fazem? Há muitas interrogações e incertezas na minha cabeça. Também tenho medo daquilo que está para vir,daquilo que posso esperar...
Espero que o seu menino continue a fazer progressos



Beijos

Lena e João

. disse...

Lena, também tenho medo. Aterrei neste novo mundo em novembro e foi um duro golpe. Mas os nossos filhos evoluem. Podem evoluir aos sobressaltos mas evoluem. Actualmente, vão-se diluindo as tristezas e vamo-nos concentrando nas ajudas. Nem imagina o que eles mudam em seis meses! Não é preciso massacrá-los, basta estarmos presentes. O que mais ajudou o meu filho foi, de facto, o floortime que consiste em brincar com eles sentados no chão ao que o menino quiser. É divertido. E dp falar com ele, fazer caras e expressões exageradas para ele ver cm é divertido comunicar. Por aqui também resultaram cartões de figuras, mostrar a figura junto à nossa boca, dizendo o nome, o que os obriga a elevar o olhar, e também os objectos a fingir do quotidiano: frutas e legumes de plástico, talheres e pratos para brincar ao faz d conta, bonecos e jogos d raciocínio variados. A brincar eles vão abrindo a concha se Deus quiser. Ainda tenho medo, mas tenho mais fé do que medo. Volte sempre e pergunte-nos o que quiser. Beijinhos. Isa

Anônimo disse...

Olá a todos,
Progressos...e progressos... é o que todas nós pensamos e queremos para os nossos meninos.
O meu filho por volta dos 2 anos e 4 meses, quando ía buscá-lo a creche pelo caminho despertou-lhe um grande interesse pelas marcas dos carros, então perguntava e eu ía respondendo, 1 semana depois sabia todas as marcas dos carros, lembro-me que lá no sítio todos os meus vizinhos admirávam-se imenso e até já diziam que era um menino sobredotado!! quando ele começou a isolar-se na creche e a passar pelas pessoas sem cumprimentar eu pensei que era só uma personalidade forte que teria de ser "moldada", era pequenito mas já chamavam-lhe mal-educado!!
Agora acho que o meu filho tem evoluído em algumas áreas.
Até agora o meu filho passou "despercebido" porque era criança, mas neste momento já com quase 8 anos, tenho um pouco de medo nesta fase da "pré adolescencia", espero que corra tudo bem, e que o meu filho saiba defender-se...
Beijo mãe de K